quarta-feira, 30 de setembro de 2009

O final do mochilão e os últimos países!

Portugal – Lisboa e Porto
Após passar uma noite no trem, eis que chego em Lisboa. Por minha sorte a estação de trem que desci, era 1 km do albergue que eu ficaria.
Será? Bom, aí que vem a pergunta. Porque ao sair da estação, perguntei aos taxistas onde ficava a rua do meu albergue. Então, me indicaram um caminho, e lá fui eu. A única coisa estranha era que ao encontrar a rua, ela não se chamava “rua”, e sim “via”. Logo concluí que rua era via em português de Portugal. Concluí errado. Via é via, rua é rua. Uma vez que eu estava parado em frente ao número do que deveria ser o albergue, após caminhar uns 2 km e não 1 km, e sem nenhum albergue e sim uma confeitaria. Por sinal, muitas confeitarias por Lisboa.
Questionei a funcionária do local sobre o endereço, ela me mandou para outro lugar. Sentido oposto ao que eu vinha caminhando. E lá fui eu de novo. Mas estranho, não era rua de novo, era “estrada”. Seria piada? Já que estava em Portugal. Dito e feito, lugar errado novamente. Eis que uma senhora muito atenciosa imaginou que eu estivesse procurando um albergue, num endereço com mesmo nome daquela “estrada”. (Porque será né? Pela mochila de 15 kg nas costas?). Fui então em direção ao endereço, pensando no que mais além de rua poderia existir, porque já estava até aceitando a idéia de me tornar nômade e ficar apenas perambulando. Lá estava eu, num bairro onde o mesmo nome serve para três endereços, um rua, um via, um estrada. Mas tudo bem, na terceira tentativa eu achei.
Lembro também que ao chegar no albergue, perguntei se a recepcionista sabia a previsão do tempo para o dia. Eu sinceramente até agora não entendi porque ela perguntou se ela tinha cara de adivinha e começou a rir muito, como se fosse uma ótima piada. Será que eles não tem jornal, ou previsão do tempo? Estava começando a ficar assustado.
Fui ao meu quarto, me troquei, e comecei meu passeio. Quis fazer tudo sozinho, inicialmente. Peguei um ônibus, e pedi ao motorista que me avisasse quando fosse tal parada pois precisava descer lá. Ele me informou que iria aparecer o nome no letreiro. O que também foi uma mentira, pois depois de 40 minutos andando por Lisboa, resolvi perguntar a ele se já havíamos passado do ponto. Pois eu estava sozinho dentro do ônibus. E a resposta? “Claro que já pois!Estamos no final do trajeto, o ônibus fica fazendo círculos na cidade” Super educado ele. O estranho é que estou esperando até agora para ver o nome da parada no letreiro digital.
Enfim, tudo estava me deixando realmente impressionado. Pois o nível de piadas locais estava realmente muito alto, gente que vive num mundo a parte, concluí.
Quando cheguei onde realmente queria chegar, umas duas horas depois de sair do albergue, finalmente peguei o ônibus turístico, e tive o prazer de conhecer a cidade. Linda. Demais. Vale muito a pena, principalmente a parte nova, (EXPO 98 - foto acima). Logo, todas as piadas vividas foram esquecidas, pois realmente a cidade era encantadora. E depois de dois dias ótimos na cidade, fui para Porto. Era sexta feira, e lá estava eu lembrando que nas últimas sexta feiras alguma coisa tinha dado errado. No caso, a sexta feira anterior tinha sido o assalto em Barcelona. Pensei no que poderia acontecer agora. Medo.
Cheguei em Porto,e adivinhem, cidade lotada. RISOS. Lucas não fez reserva de albergue, ok. Esperto. Lucas ficou procurando albergue durante 3 horas, a pé, dentre trancos e barrancos literalmente, com a mochila de 15kg nas costas. Se encontrei? Não, não encontrei. Todos lotados, pois naquele final de semana iria ocorrer o “Red Bull Air Racer”.
Lá pelas tantas, um dos albergues lotados me indicou outro albergue. Fui até lá, e adivinhem ,lotado. Mas pelo menos o pessoal que trabalhava lá era muito legal. Me acolheram, me colocaram pra dormir numa sala, e nas noites seguintes, numa cama extra, num dormitório. Quem quiser a dica, me cobrem. Ótima infra, preço bom, atenciosos.
Por falar em atenciosos, essa foi A diferença de Lisboa para Porto. Lá, as pessoas te tratam bem, fazem questão da presença de turistas na cidade, ficam felizes. Me senti muito bem.
Sem esquecer que fiquei deslumbrado com a cidade. Me surpreendeu. Foi perfeito. No sábado com direito a realização de outro sonho: Show do Moby. Tudo bem que passou rápido como tudo que é bom, e tudo bem que eu não acredito que eu fui no show deles. Só sei que cheguei cedo, fiquei na frente. Cara a cara. Fiz vários vídeos, em alguns eles acenam para mim. E no final ainda perguntaram: “Alguém do Brasil aqui?”. Eu levantei a mão, e como estava BEM na frente eles viram, e falaram para MIM: “Ano que vem é provável que nós iremos ao Brasil”. DEMAIS

França – Paris.
No dia seguinte, após tudo isso, fui para Paris. Mas sabe quando você não está com tanta expectativa, sem saber o porque? Assim eu estava. Sem saber o porque, já que todo mundo adora Paris. Opa, lembrei porque. Devia ser porque não fui bem tratado na estação de trem que passei na França, antes de ir pra Espanha.
Em Paris, fui mal tratado também. Sim, falarei mal o quanto puder dessa cidade, ou melhor, das pessoas. Claro, não foi nada que abalasse meu passeio, ou tirasse o brilho da Torre Eiffel. Mas fica a sugestão do dia: não vá a Paris sozinho. Ou melhor, se for a Paris, vá com um grupo, de brasileiros de preferência, pois são esses os únicos educados na cidade. E como tem brasileiro lá, Jesus.
Ao mesmo tempo, parei pra refletir sobre tudo que eu estava reclamando. Eles não falam inglês. E nós brasileiros falamos? Eles furam filas na cara dura. E nós não adoramos ser espertinhos? Então calma aí Lucas, porque deve ser a mesma coisa quando alguém de outro país vai para o Brasil.
Claro que temos alguns defeitos iguais, mas no Brasil nós tentamos ajudar, e lá no final conseguimos. Deve ser por isso também que os Europeus adoram nosso país.
Do que adianta ter a cidade que têm, porque afinal eles acham que estão na melhor cidade do mundo, e agirem como agem. Não adianta nada. Por isso Paris pra mim ficou com a imagem de cidade fria, de gente mau com#*@!! Fica subentendido.
E não me venham dizer que Paris é segura, porque a cada ponto turístico que eu fui tinha um truque diferente pra te sacanearem. Na Torre Eiffel alguma mulheres indianas vinham perguntar se você falava inglês. E logo vinha outra pra perto, porque será né? Bater carteira!
Na praça da concórdia, surgem pessoas achando anéis de ouro, e perguntando se é seu. Esse truque não sei qual é até agora. Porque apenas passei a pé pelo local, e na ida um cara juntou um anel, e na volta uma mulher. Aí que me liguei. Coitada, ela veio perguntar se era meu, e saiu com uma lista de desaforos em português, de brinde. Com medo também,, depois da cara que fiz.
E ainda temos, em plena Torre Eiffel, no elevador, batedores de carteira. Com direito a plaquinha avisando pra cuidar, já que eles não se responsabilizam. Olha que audácia.
Bom, após ter “amado” a cidade, as pessoas, tudo tudo, fui para Amsterdã. Minha última cidade.

Holanda – Amsterdã
Cheguei lá e já preparado para frieza, ou do péssimo atendimento nos lugares, como haviam me dito, me surpreendi. Todas pessoas que conversei me trataram super bem. Tudo que conheci foi novo, assim como também surpreendente. Pra ter idéia, o albergue que eu fiquei, tinha um “smoking room”. Para fumar isso mesmo que você está pensando. Sabe aquele desejo que temos de viver num lugar liberal, sem regras, ou com “irregularidades legalizadas”? Pois é, não tem graça alguma. É engraçado, e deu. Quando você não faz parte desse mundo, ou dessa cultura, não tem a mínima graça.
Claro, foi demais conhecer a cidade, é linda demais. Parece cinema, eu recomendo. Mas não espere ser alguém que você não é, porque vai se decepcionar consigo mesmo. Apenas vá e conheça. Já vale muito a pena.
Já vale pelos bairros divididos por canais, que a cada 10 passos você encontra um. Ou então pelas super ruas movimentas a noite, com direito a prostituição legalizada, estampadas em vitrines com cortinas vermelhas, e atrás dessas, prostitutas prontas pra te baterem caso tirem uma foto, (fica no ar). Turistas e gente jovem pra tudo que é lado. Gente jovem? Não me diga. RISOS. Só mais uma coisa, não, não vi ninguém morando em barcos, como na novela da “moça bonita”, faltou achar isso pra deixar Amsterdã com cara de Amsterdã.
É, a viagem foi perfeita. Aprendi muita coisa. Muita coisa que me foi útil inclusive pra essa nova fase que estou vivendo: convivência em grupo com pessoas que não conhecia. Está fácil.
Assim me fui de Amsterdã, rumo a Munique novamente, para buscar minhas coisas que deixei lá. Finalizei meu mochilão com chave de ouro, e com bastante cerveja. Na October Fest. Que por sinal valeu muito a pena ter ido. Quando programar uma viagem à Alemanha, programe final de setembro. O evento é realmente merecedor de sua visita.
Então, a partir de agora vocês vão vivenciar histórias que narrarei daqui da Itália. Da própria Itália. Minha convivência, minhas experiências, minhas futuras viagens. Enfim, estou no meu “provisório lar” pelos próximos 4 meses e meio.
Isso aí, está passando, 4 meses e meio faltam para acabar tudo isso. Está voando!

Beijos e abraços. Saudades sempre!

Um comentário:

  1. Lucas!!!

    tu apanhou???
    hahahaha
    conta aee....

    Beijooooooooo

    ps: to adorando cada vez mais..

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